A córnea é uma estrutura que funciona como uma camada protetora transparente sobre a íris e a pupila, além de refratar a luz que entra nos olhos. No entanto, ela também pode sofrer as consequências de sua exposição na superfície ocular, principalmente quando há lesões nesta região. Para saber as causas e consequências da úlcera de córnea em cães, como tratar e se há cura para esse quadro, basta prosseguir com a leitura!
O que é a úlcera de córnea?
A úlcera de córnea ocorre quando há uma lesão ou erosão nas camadas dessa estrutura, podendo ser superficial ou profunda, dependendo do ferimento.
A úlcera de córnea em cães é um quadro relativamente comum no dia a dia das clínicas veterinárias e mesmo quando superficial, é preciso ter cautela, já que sem o tratamento adequado, a ferida pode avançar e se tornar mais profunda, facilitando a perfuração do globo ocular.
Quais as causas da úlcera de córnea em cães?
Você pode estar pensando: como um cachorro desenvolve úlcera de córnea? Acredite, os riscos de se ter úlcera de córnea não são tão pequenos assim, afinal até mesmo durante uma brincadeira, o pet pode acabar ferindo os olhos acidentalmente.
Confira logo abaixo os quadros que podem resultar em uma úlcera de córnea em cães:
- Trauma ocular;
- Presença de corpo estranho perfurante;
- Alterações palpebrais como entrópio;
- Alterações de cílios ectópicos, triquíase e distiquíase;
- Olho seco;
- Edema corneano crônico (como na ocorrência de glaucoma);
- Hiperadrenocorticismo;
- Infecções bacterianas, micóticas ou virais;
- Lesões químicas.
Sintomas da úlcera de córnea: sinais a se prestar atenção!
O pet com úlcera de córnea apresenta alguns sinais, que também variam conforme a gravidade e o nível de incômodo:
- Edema local (inchaço);
- Fotofobia (sensibilidade à luz);
- Lacrimejamento excessivo;
- Opacidade da córnea (manchas no olho);
- Vermelhidão;
- Miose (diminuição da pupila);
- Blefaroespasmos (espasmos involuntários ao redor dos olhos – principal sintoma em quadros superficiais devido a dor);
- Secreção ocular mucopurulenta;
- Vascularização da córnea;
- Alterações no humor aquoso, como turbidez, hifema (sangue) ou hipópio (pus);
- Diminuição da pressão intraocular.
Além desses sinais, o próprio comportamento do animal pode denunciar que algo está errado, como coçar a região dos olhos com frequência ou apresentar dificuldade para abri-los.
Em quadros mais graves de ulceração, em que há inclusive infecções secundárias, também pode-se notar a presença de secreção purulenta.
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Diagnóstico e tratamento da úlcera de córnea em cachorros
Como na maioria dos quadros oftalmológicos, o diagnóstico da úlcera de córnea em cães se estabelece após uma boa anamnese e avaliação do médico veterinário.
O teste de fluoresceína costuma ser o principal protocolo para confirmação da úlcera no processo diagnóstico.
Esse exame consiste em pingar a fluoresceína, uma substância verde, no olho do pet para conseguir visualizar o contraste gerado sobre a ferida na córnea, com o auxílio de uma luz especial. Trata-se de um exame indolor que não prejudica a estrutura ocular ou a visão do animal.
Outro exame a ser realizado é o da lâmpada de fenda, para se ter uma noção de quais camadas oculares foram afetadas pela lesão.
Já o tratamento da úlcera de córnea em cães será prescrito conforme a gravidade avaliada pelo médico veterinário.
O tratamento clínico ocorre por meio da administração de antibióticos, lubricantes, inibidores de metaloproteinases, analgésicos e antibióticos sistêmicos. Recomenda-se também o uso de colar elizabethano.
Tratamentos cirúrgicos são indicados nos casos de úlceras indolentes, profundas ou de difícil cicatrização.
Se a úlcera de córnea for profunda, a cirurgia será necessária.
Seja qual for o tratamento escolhido, o pet precisará fazer uso de colar elizabetano até a recuperação, para evitar que coce os olhos e atrapalhe a cicatrização.
Cabe mencionar outro ponto muito importante quanto ao tratamento, que é a questão da eficácia de remédios caseiros para úlcera de córnea em cães.
Por mais que a intenção do tutor seja a melhor, receitas caseiras ou sem comprovação científica não só podem atrapalhar o tratamento, como prejudicar a saúde do animalzinho. Não arrisque a vida do seu pet, conte com o auxílio profissional de um médico veterinário!
Raças caninas com maior predisposição a úlcera de córnea
Certas raças são mais propensas a problemas oculares que outras, seja por predisposição genética ou até mesmo pela anatomia do cão, que faz com que seus olhinhos sejam mais expostos. É o caso dos cães braquicefálicos, raças que têm o focinho mais achatado e olhinhos mais saltados.
Apesar deste grupo, lembre-se que qualquer pet pode ter úlcera de córnea, entre cães e gatos. Confira a seguir quais cachorros são mais propensos:
- Pug;
- Boxer;
- Maltês;
- Shih tzu;
- Pequinês;
- Lhasa apso;
- Boston terrier;
- Dogue de bordeaux;
- Cavalier King Charles Spaniel;
- Buldogue (francês, inglês e americano).
Como prevenir a úlcera de córnea em cães?
Prevenir lesões oculares não é uma tarefa fácil, mas tomar algumas medidas pode ajudar nessa tarefa, veja:
- Procure supervisionar as brincadeiras do seu pet, principalmente se ele conviver com outros animais;
- Muito cuidado com objetos pontiagudos dentro de casa. Jamais deixe-os em uma altura que o pet consiga alcançar ou mesmo, esbarrar;
- Não mantenha substâncias químicas perto do pet, especialmente produtos de limpeza. Outra precaução é o shampoo na hora do banho, proteja bem os olhos do cãozinho no momento da aplicação;
- Lubrificar os olhos do pet sempre que necessário, principalmente no caso de cães braquicefálicos;
- Mantenha os exames e consultas de rotina do animal em dia;
- Ao perceber qualquer sintoma ou alteração nos olhos do seu amigo, não espere, procure o auxílio de um profissional.
Notou algum dos sintomas mencionados no seu pet? Fale com a equipe da Pet Pillow e agende uma consulta aqui!